22 de janeiro de 2013

Ouça o chamado do Empreendedorismo

Do que é feito o empreendedor? Empreendedores já nasceram predestinados? Uma pessoa normal pode, de repente, acordar empreendedor?


Acredito que todos nós nascemos empreendedores, e que cada um de nós passa por circunstâncias na vida que podem fazer nosso lado empreendedor se manifestar. Estas circunstâncias podem ter as mais diversas naturezas, são os ‘chamados’ para empreender. Pode ser um curso que você fez, pode ser um amigo que o influenciou, pode ser um trabalho bem feito, os ‘chamados’ surgem de qualquer lugar. Muitas vezes nem notamos, outras vezes não seguimos. Mas, às vezes, é tão forte que não conseguimos ignorar. Para Jorge, este chamado foi uma ideia. Ela surgiu durante o seu trabalho, como se fosse uma anunciação divina. No começo, só um insight, uma semente, uma possibilidade remota que aos poucos foi crescendo, se tornando mais clara, até que ele não conseguia mais dormir, era só a ideia que ocupava sua mente, cada vez com mais detalhes, cada vez mais clara. Quanto mais evidente e óbvia, maior era sua ansiedade e seu desejo de torná-la realidade.
Só que Jorge era um lixeiro, sem ter sequer completado o ensino médio, sem dinheiro, sem nenhuma influência familiar para ser algo grande na vida. Para ele, sua vida se resumia a acordar às 8 da noite, jantar, ir para o trabalho e passar a madrugada recolhendo lixo nas ruas, para depois voltar para casa, brincar com o filho pequeno, almoçar e voltar a dormir. Tinha um salário para viver uma vida simples e humilde e não tinha nenhuma aspiração de carreira. A ideia surgiu numa noite, quando prestou um pouco mais de atenção ao seu mecânico trabalho de coleta de lixo. Era um processo simples, quase todo automatizado. Em algumas cidades, o sistema de coleta de lixo funciona da seguinte maneira: em cada quarteirão existe uma grande caixa de plástico, com tampa e dotado de rodinhas, na rua, encostada no meio-fio. Para jogar o lixo, as pessoas vão até esta caixa, abrem a tampa e depositam seus sacos de lixo lá dentro. De madrugada, os caminhões passam pelas ruas e param ao lado de cada uma destas caixas. O lixeiro só tem o trabalho de empurrar a caixa para conectar a um dispositivo na traseira do caminhão, quando então este dispositivo é acionado, levanta e vira a caixa para que a tampa se abra e todo o conteúdo escorregue para dentro do caminhão. Depois de vazia, a caixa volta à situação inicial, o lixeiro a destrava e a recoloca no seu lugar na rua. Em seguida, o caminhão se dirige ao próximo quarteirão e todo o processo se reinicia.
As semanas se passavam e Jorge já não aguentava mais aquela ideia martelando a sua cabeça, cada dia mais forte, mais insistente, mais cheia de detalhes que o convenciam que a ideia era boa. Pois uma noite, ele teve coragem e humildemente pediu ao seu supervisor para autorizá-lo a sair naquela noite com uma caixa vazia já conectada ao caminhão. Não se sabe porque o supervisor de Jorge autorizou aquela mudança de procedimento, até porque Jorge nem sabia explicar o que queria fazer. Quando chegou ao primeiro quarteirão, ele destravou a caixa vazia, colocou-a no lugar da caixa cheia e conectou a caixa cheia no dispositivo. Então, mandou o motorista seguir e enquanto o caminhão se movimentava ele acionou o dispositivo para esvaziar a caixa. Ao chegar ao quarteirão seguinte, a caixa já havia sido esvaziada e Jorge então troca novamente a caixa para reiniciar todo o ciclo. A simples ideia de Jorge de usar o mesmo tempo de esvaziamento da caixa para o deslocamento do caminhão fez sua equipe encerrar o trabalho todo na metade do tempo que os outros colegas normalmente levam. Logo sua ideia foi implantada em todas as equipes de coleta e Jorge ganhou um aumento no salário.
Não sei o que aconteceu depois com Jorge. Talvez tenha ficado muito orgulhoso, mas não tenha feito mais nada diferente depois. Pode ser que aquela primeira experiência o estimulou a trazer novas ideias para a empresa. Pode ser que tenha se tornado um empreendedor no setor de serviços públicos. Só sei que ele resolveu ouvir o chamado e não se arrependeu. E você, está ouvindo o chamado do empreendedorismo? Se já for empreendedor, tem valorizado os intraempreendedores da sua equipe?




Autor: Marcos Hashimoto

Planejamento Anual - Orçamento

O início do ano é a época mais propícia para pensar nas novas oportunidades que o seu negócio pode alcançar. Esse é o momento perfeito para descobrir quanto de lucro você deve esperar da empresa, quais são as áreas que necessitam de investimento, quanto você irá gastar durante o ano e, mais que isso, é a hora ideal para mostrar aos seus fornecedores e clientes que sua empresa está em franco desenvolvimento.
Mas, descobrir todas essas informações é mais trabalhoso que parece. Isso exige a capacidade de olhar para o futuro. Você deve saber onde está e onde pretende chegar. Deve descobrir quais são os seus objetivos e quanto tempo precisará para alcançá-los.
Nesse momento, no entanto, grande parte dos empresários esbarra em um ponto comum: o orçamento. Esse é um dos principais obstáculos para que uma empresa alcance os seus objetivos. Por isso, é fundamental planejar, antes de tudo, o seu orçamento anual.
Uma boa saída, nesse caso, é criar diferentes cenários. Procure trabalhar com uma previsão normal, um cenário de crescimento acima do previsto e um cenário pessimista. Assim você poderá ajustar suas políticas internas conforme as situações forem se alterando. Veja 3 dicas úteis:

Como montar um orçamento anual: 1. Defina o preço médio


Defina o orçamento anual da sua empresa se concentrando em três variáveis: preço, quantidade e custo. Se você não controla os preços na sua empresa, procure avaliar o seu mercado. Faça uma análise do comportamento da concorrência e verifique as tendências de mercado. Os preços são sazonais ou sofrem influência da taxa de câmbio? São voláteis? Questione-se com essas e outras perguntas a respeito e defina um preço médio de referência para a criação do seu orçamento.

 
Como montar um orçamento anual: 2. Preveja as vendas


Ao contrário da definição de preços, que depende das variáveis do mercado, para prever as suas vendas você precisará avaliar o ambiente interno. Atente-se a detalhes como a capacidade de distribuição ou produção da sua empresa, o número de empregados, etc. Isso não quer dizer que você pode deixar os dados de mercado de lado. Identifique dados históricos e taxas esperadas de crescimento do mercado no qual atua. Aqui você também deve se questionar: existe a possibilidade de demandas maiores ou menores que o esperado? A empresa pode suprir um surto na demanda? Existe sazonalidade nos dados históricos? Você precisará estar atento a cada detalhe.

Como montar um orçamento anual: 3. Reveja custos


Uma vez que você já tem informações como o quanto vai cobrar por seu produto e quanto espera vender, é hora de descobrir quanto você pretende e/ou pode gastar ao longo do ano. Essa informação resulta, em parte, da previsão de vendas e, por isso, deve estar alinhada aos cenários que você construiu na etapa anterior. Mas você vai precisar de mais detalhes. Lembre-se de que dentro de um orçamento anual, o orçamento de investimentos e financeiro representam custos que não têm relação com as vendas presentes. Isso significa que eles estarão separados da previsão de custos diretos de produção. Além disso, mantenha em mente a importância do orçamento de investimentos, no qual estarão descritas todas as estratégias para o crescimento da empresa a médio e longo prazo.