29 de outubro de 2015

O que é o bootstrapping?

O mundo moderno impõe situações complexas aos negócios. E uma delas, creio que seja a central, é a escassez de recursos financeiros; e pela lógica, não se vai muito longe sem dinheiro.
E eis que surge o bootstrapping!
O termo significa "alça de bota", que é uma pequena fita que auxilia a forçar a bota à ser calçada nos pés. Mas para os negócios significa "auto-suficiência financeira", ou em outras palavras, levantar a si próprio ao ponto se sobreviver aos primeiros anos ou meses de vida.
Essa técnica é muito utilizada por empresas no início de suas atividades (startup) devido a ausência de volumosos valores financeiros. Empresas como a Dell, HP, Apple e eBay, usaram o bootstrapping para alavancar seus negócios no início de suas atividades, lutando contra a descapitalização.
Para que funcione de forma eficiente, o bootstrapping necessita de um modelo de negócio correto e alinhado, além da priorização do fluxo de caixa contínuo. Digo isso porque muitos negócios são "supervalorizados" quanto às suas projeções financeiras de receita e lucratividade.
Em que contexto utiliza-se essa técnica? vejamos:

  • Baixo capital inicial;
  • Prazo para vendas menor que 30 dias;
  • Prazo de pagamento menor que 30 dias;
  • Propaganda boca a boca.

Em resumos, é esticar prazos para pagamentos aos fornecedores e reduzir o prazo de pagamento dos clientes. Quanto melhor for este processo, mais recursos de curto prazo haverá para reaplicá-lo ao negócio.

O objetivo do bootstrapping não é acúmulo de "contas à receber" e sim um aumento de recursos no caixa do negócio.
É muito importante que o modelo de negócio esteja voltado para o cliente, ou seja, um nicho de mercado bastante definido e ávido e desejoso pela solução que o seu produto/serviço trará a eles.
Outro ponto a ser destacado é que o processo de bootstrapping não está focado com os aspectos menos importantes quanto ao início das atividades de um negócio, como espaço, móveis, equipamentos de escritório, etc. O foco está em desenvolver produtos/serviços, vender e receber os pagamentos.
A priori, essa técnica não será permanente. Terá a sua utilização até alcançar uma maturidade de vida em que o negócio se encontrará estável, ou seja, livre de risco iminente de falência ou fechamento das atividades. O empreendedor saberá o momento certo de passar para um outro nível de gestão.




Referências: 

KAWASAKI, Guy. A arte do começo. 3ª ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2010.